Respeita meu silêncio!
Que aqui dentro cômodo cômodo é caro
Arquitetura rara, muito esmero.
É construção de sal, é metralha de sal, estrutura de sal,
A base é sal
Toma cuidado com tua saliva em minhas paredes
Porque a mim basta as lágrimas
Basta minha loucura
Essa maldita ressaca de sobriedade
Respeita meu silêncio
Fica longe do meu sagrado
Pois tua tentativa de fluência no meu rio não é acatada
Ela é incomoda
Não tenta fluir em mim
Em mim, não!
Pois sou um filtro, uma peneira esburacada
Mas meu apreço vem de dentro
Sou das coisas valiosas e das ordinárias
Mas não sou de você
Eu me permito assim, parada, cristalina
Retrato inacabado com ar de arte final
Mas não sou aberta às tuas invasões
Sou plena às minhas avessas
Às minhas!
Às minhas!